Beneficiando por enquanto da programação com interesse da RTP2, à espera que o seu novo orçamento de 3 milhões de euros, o anuncio do fim das indemnizações compensatórias e a proibição de publicidade (teria a vantagem de se poder reduzir a taxa da fatura da eletricidade…) a asfixiem, vejo um programa sobre o genocídio dos tainos pelos espanhóis.
Os tainos eram o povo índio pré-colombiano que desapareceu enquanto povo com Colombo e os seus sucessores nas ilhas de S.Domingos, Porto Rico e Cuba, devido à guerra, à escravatura em minas de ouro e na agricultura, e às doenças como a varíola.
Apenas subsistiram genes pela mestiçagem com os espanhóis (que tomavam mulheres taino) e os africanos trazidos depois como escravos.
Os documentos históricos que contam a história do fim dos tainos e os vestígios arqueológicos permitem fazer uma análise “darwiniana” da luta entre espanhóis e tainos e são um episódio que ilustra o processo histórico, desde a ganância pela exploração de uma mina de ouro que rapidamente foi esgotada e pela apropriação da força produtiva do povo escravizado, até ao desrespeito pelo sistema ecológico, que culminou com a morte coletiva dos primeiros colonos espanhóis em La Isabela , vitimas da recusa em se alimentarem dos recursos naturais da ilha (o que provocou a morte por deficiencia de vitamina C e escorbuto).
Dos tainos ficaram palavras transmitidas pelos espanhóis, como tabaco, amoque, canoa, barbecue, hurricane (huracan), Cuba (cubacan) … não é engraçado?
E também é muito interessante recordar as palavras de Cristóvão Colombo sobre os tainos na carta para os reis católicos, comunicando-lhes a descoberta das índias ocidentais:
“Eles são um povo amável e amigável… são o melhor povo do mundo … trouxeram-nos papagaios, bolas de algodão, lanças e muitas outras coisas … darão uns bons escravos … com cinquenta homens podemos subjugá-los a todos e fazer deles o que quisermos”.
Curioso, como Cristóvão Colombo lhes chamava o melhor povo do mundo e como justificava por que lhes chamava isso.
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