Encontrei a minha amiga Luisa à saida do supermercado.
Eu entrava e ela saia pela saida sem compras.
Explicou-me que tinha lá ido de propósito para comprar laranjas e, como só as havia da África do Sul e ainda na semana anterior tinha visto laranjas na árvore, no Algarve, tinha desistido.
- Engraçado, disse eu, há dias aconteceu-me uma coisa parecida. Acabei por não comprar fruta neste supemercado.
Talvez haja uma moral nesta história, que é a de que os gestores de compras das grandes superfícies comerciais deviam estar atentos ao que os clientes pensam.
Pode ser que as laranjas da África do Sul sejam mais baratas.
Mas estão a consumir combustíveis fósseis para chegarem ao supermercado, e se contabilizarmos esse prejuizo, esse, e o da dependencia alimentar do país importador, ficam mais caras.
Já dentro do supermercado, depara-se-me um expositor cheio de simpáticas embalagens com amendoins e a informação: "US Quality from California".
O estado da California tem as suas contas num estado lastimável, com 12% de desempregados.
O que é surpreendente, com a produção em informática, cinema, vinho e produtos agricolas que tem, mas é um facto.
De modo que me detenho a olhar para as embalagens de amendoins, recordando que o primeiro motor de Rudolf Diesel funcionou com óleo de amendoim.
É isso, ou nos geminamos com a Califórnia, ou plantamos amendoim no Algarve.
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