http://economico.sapo.pt/noticias/zona-euro-precisa-de-reformas-orcamentais-mais-apertadas_101810.html
É sempre desconfortável um ignorante como eu comentar as recomendações tão sábias de Trichet, em Marraquexe, no dia 16 de Outubro de 2010.
Até aceito que se tenha como objetivo limitar o défice publico a 3% do PIB e a dívida pública da 60% do PIB, como dizem Trichet e Merkel.
Mas falta o resto da realidade ("Há mais vida para além do defice", não era o que dizia Jorge Sampaio?). Falta ver como anda o endividamento das empresas não públicas, especialmente como vai a vida das entidades bancárias, in e off-shore. E falta ver, principalmente, como anda o cumprimento das cláusulas da Declaração Universal dos Direitos do Homem.
Devemos defender os Direitos do Homem, não é assim?
Bom, então vamos ver o que nos divide:
Trichet quer mais rapidez nas reformas e na punição dos países que falham o objetivo do défice. Não quer que o BCE compre muitos títulos de dívida pública porque isso gera pressões inflacionistas. Também prefere manter o estado de coisas no domínio das taxas de juro baixas a instituições não públicas que depois emprestam a juros altos aos Estados. Acha, ele e Merkel, que o BCE , para ser independente, deve estar acima da vontade dos eleitores.
Que diz Sarkozy a propósito disto? Diz, por exemplo, que as políticas do BCE têm de estar sujeitas a sufrágio universal, isto é, a independência do BCE deve ter como limite a vontade livremente informada e expressa dos cidadãos.
Não é isso que acham Trichet e Merkel.
Quanto a Merkel, é com os eleitores alemães, mas quanto a Trichet, e se acelerássemos a reforma do senhor?
É que nestas coisas sinto-me muito próximo da cultura francesa, aquela da liberté, fraternité et égalité…
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