segunda-feira, 10 de maio de 2010

A estratégia A-B-C

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No ano de 2005 tive de me deslocar a Teerão para uma reunião de trabalho com colegas homólogos da UITP.
À aproximação do aeroporto de Teerão, o piloto da Lufthansa informou que, por decreto governamental, as senhoras passageiras eram convidadas a cobrir a cabeça com um lenço.
Foi uma mistura de estranho, divertido e penoso ouvir o som de quase metade do avião, incluindo todas as senhoras iranianas que nele viajavam, a retirar os lenços das malas e a cobrir a cabeça. Minha mulher incluída, que viajava comigo a expensas próprias. Um ponto claramente negativo para o regime de Teerão.
Pouco depois, já no aeroporto, outro facto digno de registo. Num cartaz em inglês de uma campanha contra a sida, a fotografia de um dos chefes religiosos do regime, com a seguinte estratégia de combate: A-B-C .
A de abstinence;
B de be faithful;
C de condom.
Isto é, nós, chefes religiosos, achamos que o melhor é a abstinência. Mas se não puderes, ao menos sê fiel. E se mesmo assim não puderes, ao menos usa o preservativo.
Aí estava um ponto, se não claramente positivo, dada a presença imperativa do chefe religioso na fotografia, pelo menos com algo de positivo na luta contra a sida.

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