Com a devida vénia ao cronista do DN Ferreira Fernandes, que foi buscar a sentença de Samuel Samahonga, pastor de cabras no leste da sua Angola:
"Os águia voa arto, mas tem de baixar pra comer".
Isto a propósito da politica de aproximação do atual governo à Venezuela e da venda de computador Magalhães ao México, depois de tanta crítica ao governo anterior...
Talvez Samuel Samahonga concordasse em estender a análise aos grandes que acham natural utilizar os conhecimentos que obtiveram no exercício dum cargo ministerial para obtenção de negócios para as suas empresas (não é inconfidencia nenhuma, foi o que o próprio respondeu à entrevistadora), ou usar do prestígio da empresa ou função para influenciar adjudicações (fazia o mesmo com outros, respondeu num tribunal para se justificar). Na verdade, os águia acham natural, o que naturalmente fundamenta o direito consuetudinário, ou direito dos costumes, do tradicional, sempre assim foi, terem poder para formar um mercado restrito de influencias ... no fundo é assim que está estruturada a comunidade, como explicava o lobo ao cordeiro na fábula de La Fontaine; como diz o presidente do instituto Gulbenkian de ciencia, António Coutinho, quando os principios falham, não há regras que valham, não vale a pena perdermos muito tempo a mudar a lei.
Ao invés, democracia participativa, acho que valia a pena tentar.
E lembrar aos país arto que têm de baixar pra comer, mas de colaboração com os país menos arto.
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