quinta-feira, 17 de novembro de 2011

DN de 2011-11-16 . V - Os roubos de cobre

Volto ao assunto do roubo de cobre. Ver
http://fcsseratostenes.blogspot.com/2011/08/citacao-do-ouro-do-reno.html

Desta vez, de acordo com o DN, os alvos do roubo são as peças de cobre, eletrificadas, dos sistemas de rega.
E está em desenvolvimento um sistema de transmissão de alarme de roubo com localização por GPS e central na GNR de Santarem.
É uma colaboração do ministério da administração interna com as empresas vítimas de roubo de cobre (EDP, PT, etc)
As coisas estão a ficar parecidas com o massacre dos tubarões para aproveitar só as barbatanas e dos rinocerontes para aproveitar só o chifre.
Esta terceiro-mundialização permite aos assaltantes lucrar 300 euros com o pivô de rega, mas o agricultor tem de montar um sistema completo por 6.000 euros.
Já houve colheitas estragadas.
Estimam-se, desde o inicio de 2011, prejuizos de 22 milhões de euros e 477 toneladas de cobre roubado.
Por isso é positiva a iniciativa de instalar os alarmes centralizados.
Porém, há sempre poréns, especialmente quando as soluções são voluntaristas.
Os alarmes falsos são muitos e a distancia a que a GNR se encontra permite a conclusão do trabalho e a fuga. Está  a reformular-se o projeto e vão comprar-se jipes para reduzir o tempo de deslocação.

Mas não consigo deixar de pensar no pobre colega administrativo que, atingido por doença psicológica, foi reclassificado como contínuo, e nos seus tempos livres era inventor. Inventou e patenteou um sistema de deteção de incêndios florestais, também centralizado. Ainda não havia telemóveis, de modo que o sistema consistia em fios de nylon espalhados pela floresta, estendidos na horizontal, em todas as direções. Com as chamas, o fio partir-se-ia e, num armário de zona, uma mola, liberta pela quebra do fio, acionaria um aparelho telefónico. Teve direito a artigo no jornal, com protestos pelo desprezo a que as florestas são votadas neste país. Recentemente foi premiado um sistema baseado em câmaras de TV sensíveis a infra-vermelhos, mas ainda não terá sido aplicado, possivelmente por dificuldades logísticas.

Vamos dar o benefício da dúvida e esperar para ver, embora, mais uma vez, também aqui pareça que as medidas preventivas (controle das entradas nos sucateiros, combate ao desemprego, inserção social, combate ao insucesso escolar, controle por amostragem de fronteiras, localizador do tipo em automóveis, câmaras de TV monitorizadas pelo proprietário...) terão mais eficiência dos que as repressivas (até porque o aumento da dificuldade do roubo ou da recetação provocará, em caso de confronto, um aumento do nível de violência contra os proprietários).

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