terça-feira, 8 de novembro de 2011

Novas falas de governantes, desta vez motivo de esperança

"Nenhuma capital europeia fecha o metro as 11 da noite. À partida, não  faz sentido", afirmou o senhor ministro da economia e transportes Álvaro Santos Pereira em 8 de novembro de 2011, na conferência "Notação  financeira, transparência e credibilidade dos mercados".


Verifico com satisfação que há uma convergencia. 
Tirando a expressão "à partida", subscrevo a afirmação. 
E como sou ingénuo e bem intencionado, penso que pode haver mais pontos comuns se o diálogo se desenvolver de forma aberta e franca, porque quem trabalha nas empresas públicas de transporte também está interessado em fornecer um serviço sustentável, com custos baixos e com a sobrevivencia dos postos de trabalho.


Por isso mesmo, sem negar a necessidade evidente de combater a divida de 17.000 milhões de euros das empresas públicas, discordo do argumento do senhor ministro quando diz que as dívidas são das empresas e que portanto elas abrirão falencia se nada se fizer.
Discordo porque já se sabe que a parte da divida correspondente a investimentos em infraestruturas de grande duração é do estado. E mesmo que fosse das empresas, o aval dos empréstimos que elas contrairam é do estado. Logo, a haver falencia, é nós todos, contribuintes, e não apenas do setor de transportes.


Mas não haverá faencia porque alguma coisa se via fazer.
Só pedia que desse o benefício da dúvida aos trabalhadores a quem disse que as regalias dos acordos coletivos são para acabar.
Experimente adiar o calendário das privatizações, perdão, das concessões.
Experimente dar às empresas públicas as mesmas condições que pensa pôr nos cadernos de encargos, isto é sem passivos.
Aguarde os resultados.
Pode ser que se surpreenda, pela positiva.
Mas se não quer fazer isso, possivelmente para não contrariar nenhum mantra (é assim que se diz nas faculdades de economia, não é? o nome da biblia da mitologia hindu) do mercado de regulação teórica a la Greenspan-Paulsen-Bernanke, ao menos prepare as empresas publicas de modo a poderem concorrer tambem ao concurso internacional para as concessões (vai haver concurso, não é assim?). Os ideólogos da união europeia defendem a concorrencia e não proibem a existencia de empresas publicas não monopolistas, certo?


Para que não se comprove esta ideia de que o lombo da exploração rentável com redução de custos de produção é para os privados e os ossos das dividas e da manutenão e investimentos não rentáveis é para o público.


Se puder, não esqueça ainda os riscos da redução dos custos na formação de pessoal, que deu em vários acidentes no tempo da Tatcher (coitada, tambem teve de nacionalizar a Chrysler inglesa e parte da BP).
Nem a triste história de um dos consórcios privados das Infracos (manutenção e investimento de um grupo de linhas do metro de Londres) que, apesar da politica de desinvestimento e da dispensa de obediencia às normas concursais europeias, faliu).


Não desperdice o muito de bom que existe nas empresas públicas de transportes.











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