"2012 irá certamente marcar o fim da crise, será o ano da retoma para o crescimento gradual em 2013 e 2014",
mas não foi bem esta a fala (embora tenha sido ouvida por muitos, que também viram que o orador estava a ler),
o que o senhor ministro disse que disse, foi antes:
"todos os indicadores mostram que 2012 será o início do fim da crise",
e mais disse que
"há imponderáveis que não podemos controlar",
e que
"as condições vão piorar antes de começarem a melhorar" (na verdade, não é uma redundancia, porque as condições podiam manter-se estáveis antes de começarem a melhorar, mas os ciclos económicos não costumam ter patamares, por isso é muito natural que as condições só comecem a melhorar depois de acabarem de piorar; a dúvida é quando, mas para isso estão as previsões dos irmãos maiores da UE, que prevêem crescimento franco a partir de meados de 2012).
malabarices |
E assim se vai perdendo a esperança de que os nossos ministros falem bem, embora tenha de se reconhecer criatividade ao senhor ministro quando de modo anglo-saxónico fabrica neologismos como "descompetividade" para significar "falta de competitividade".
Mas não é isso que mais interessa.
Interessava mais que o senhor ministro não se enervasse e não estivesse tão inseguro.
É verdade que o cargo convida a isso, mas acalme-se e tente uma postura dialogante, como aliás costuma dizer que tem.
Vai ver que se sentirá mais à vontade e obterá resultados.
Não precisa de negar que disse o que leu.
Não precisa de responder com acusações de "retóricas exacerbadas" e de "ameaças na rua".
Responda antes com argumentos, por exemplo apresentando os tais indicadores que mostram que 2012 será o principio do fim (da crise), para não repetir a inconformidade das taxas de ocupação.
A taxa de ocupação (procura sobre oferta) no terminal fluvial do Cais do Sodré, às 16:20 |
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