quarta-feira, 30 de novembro de 2011

O peso do estado

A tendencia de simplificação de que as pessoas sofrem põe dum lado o "tea party" e os neo-liberais europeus que defendem a minimização do estado e, do outro, os sistemas assistenciais.
O "tea party" abandona à sua sorte os "loosers", que não souberam triunfar, e corre sérios riscos de aumento da criminalidade e de epidemias por falta de assistencia médica.
Os sistemas assistenciais tentam repartir para assegurar o direito ao bem estar, à educação, à saúde  e à segurança social, mas o poder económico e financeiro dificulta a formação e o acesso às mais valias para repartição.
Neste impasse que se vai vivendo, de que um bom exemplo é a luta por uma política de emprego entre o presidente Obama e o congresso hostil, vejamos o peso do estado, expresso na despesa publica em percentagem do PIB, conforme gráfico do Expresso de 29 de novembro de 2011:


Verifica-se que Portugal está abaixo das despesas publicas da França ou da Finlandia.
Se imaginarmos que as despesas são realizadas em França e na Finladia com um rendimento (quociente entre o dinheiro investido diminuido do desperdício, e o dinheiro investido) de 90%, e em Portugal com um rendimento de 70%, obtêm-se as barras a branco no segundo gráfico, para o valor do dinheiro investido diminuido do desperdício.



Esta é a famosa questão da produtividade.
Seria aqui que se deveria centrar a ação, na diminuição do desperdício na despesa publica e no aumento da eficiencia dos dinheiros publicos.
Mas não, os cortes na despesa pública são preferencialmente cegos e em valor absoluto.
Salvo melhor opinião, isso contribui para agravar o desperdício (afastamento do ponto de rendimento ótimo) e os resultados obtidos.
Talvez nem se deva culpar a  troica, com o seu preconceito de que os trabalhadores portugueses têm salários  elevados para o que produzem e portanto devem ser baixados para ficarem ao nível dos paises do antigo bloco de leste. E que o numero de funcionários públicos é exagerado. 700.000 numa população ativa de 5.500.000 é exagerado? sendo 280.000 professores e médicos?!.
Pior que os senhores da troica será quem, de Portugal,  lhes dá a informação, porque a dão distorcida e tendenciosa.

Aguardemos a influencia dos cortes em indicadores como a mortalidade infantil, a longevidade, o insucesso escolar, o indice de bem-estar, e o coeficiente de Gini.

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