À atenção do senhor ministro da economia e dos transportes, tão contente com as negociações com as "low cost", que vão definir o modelo de exploração do serviço aéreo da área metropolitana de Lisboa.
Noticia no DN de 2011-11-16:
A Ryanair tem neste inverno 80 dos seus 300 aviões parados devido à "sazonalidade" e aos custos de combustível (lá está, uma medida para aumentar a taxa de ocupação dos passageiros é baixar a taxa de utilização dos veículos, mas não se esqueçam de contabilizar as perdas da imobilização dos respetivos ativos financeiros).
Dentre os tripulantes por essa europa fora, 252 dos 500 sediados em Portugal ficarão em regime de licença sem vencimento até abril de 2012.
Provavelmente o seu retorno ao trabalho contribuirá para o inicio do fim da crise anunciado pelo senhor ministro, mas não faz impressão ter-se dimensionado quadros de pessoal que depois estão uns meses sem trabalho?
Atenção que não é só, confessadamente, a sazonalidade.
Provavelmente tambem, o senhor ministro acharia bem que os quadros das empresas publicas fossem assim flexíveis para adaptarem a oferta à procura sem custos.
Tambem os custos de formação e os uniformes são suportados pelos profissionais.
Curioso tambem a Ryanair recorrer a uma empresa de prestação de serviços (estas técnicas de gestão...) para fornecimento de profissionais.
E com ar candido, diz a Ryanair: "os tripulantes foram avisados em junho".
Pode ser que tenha de ser assim, porque como os senhores governantes dizem, não há dinheiro.
Compreende-se agora o desabafo do piloto que "aterrou" no Hudson criticando a sub-remuneração dos pilotos das companhias americanas.
Mas podiam ser apresentados os cálculos que demonstram que não há dinheiro, o que só poderá ser feito quando se identificarem os detentores de cada parcela da dívida e os destinatários de cada parcela dos empréstimos.
Salvo melhor opinião.
E quanto às "low cost", recomenda-se à atenção do senhor ministro a afirmação de um gestor da TAP: "São subsidio-dependentes das regiões de turismo que servem" (o que significa que acabando-se o subsidio por dificuldade de financiamento da região, acaba o serviço).
É verdade que a Easy jet está num ponto da curva dos rendimentos decrescentes mais favorável do que a Ryanair, mas com a previsível subida dos custos de combustível, é de considerar a hipótese de que entregar-lhe o planeamento do serviço aéreo de Lisboa e poupar-lhes a concorrencia do TGV para Madrid tem uma elevada probabilidade de ser uma gestão imprudente e uma estratégia do PET de azimute mal determinado.
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