Citação de Spinoza, século XVII:
"Não é por julgarmos uma coisa boa que nos esforçamos por ela, que a queremos, que a apetecemos, que a desejamos, mas, ao contrário, é por nos esforçarmos por ela, por querê-la, por apetecê-la, por desejá-la, que a julgamos boa".
Ética, parte 3 prop. 9
Spinoza, filósofo e polidor de lentes holandês, pertencente a uma família de judeus portugueses, fugidos das perseguições em Portugal.
As relações comerciais com a Holanda tinham sido, até ao início do século XVII, intensas e proveitosas para ambos os lados.
A estreiteza de vistas dos reis católicos de Espanha, nos fins do século XV, expulsando os judeus e impondo a D.Manuel I que fizesse o mesmo, e depois o clima persecutório às familias de "cristãos-novos" que se mantiveram em Portugal, e que se agravou nos ultimos 20 anos antes da restauração, fizeram com que muitos deles olhassem para a Holanda e a Turquia como nova terra de oportunidades.
Spinoza é o melhor exemplo das perdas a que uma politica assim, suicidária, pode conduzir. A economia portuguesa perdeu muito com a saída dos judeus e com a guerra depois de 1620 com a Holanda, imposta pela Espanha, que veio substituir as relações comerciais.
É admirável a intuição de Spinoza, cartesiano, mas sem os elementos da experiencia científica de que dispomos hoje, para as suas conclusões sobre a natureza, de que nada pode existir exteriormente a ela.
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