Recordo-me muito bem, só não me recordava do ano e do senhor ministro do Trabalho que tinha publicado o código de trabalho que atribuia 3 dias de bonus aos trabalhadores assiduos.
Lembro-me de comentar para a gentil colega dos recursos humanos: mas isto é um disparate da nossa administração, premiar com faltas ao trabalho quem não cometeu faltas ao trabalho.
Seria eu que estaria ainda impressionado com a conversa do meu colega do metro de New York, quando me informou que tinha 12 dias de férias por ano.
Mas a gentil colega logo informou que era uma decisão do governo.
Estas coisas são como são. Se perguntarmos na rua a um cidadão apressado, ele possivelmente dirá que terá sido um governo de esquerda ou uma pressão insustentável de forças corporativas, através de reivindicações de um sindicato, a forçar o governo a conceder 3 dias de bonus.
Não foi. Foi um governo de direita, chefiado por Durão Barroso, em 2003, a pretexto de combater o absentismo. O ministro do trabalho da altura era o senhor doutor Bagão Felix, representando o partido da direita cristã.
O absentismo combate-se, disse eu para a gentil colega, se prevalecer o sentido de serviço público entre as pessoas, e se os colegas encarregados de coordenar as forças de trabalho tiverem formação para a função e puderem perguntar aos oportunistas onde preferem o desconto do dia em que faltaram sem justificação plausível, no vencimento ou nas férias. Não era preciso alterar mais nada nas leis laborais, apenas permitir aos escalões intermédios gerir a sua força de trabalho disponivel, sem prejuizo da existencia de colegas da especialidade de serviço social para estudar caso a caso os absentistas e propor soluções de atenuação dos motivos de absentismo (de que a as causas psicológicas, incluindo a depressão, são as principais com a incidencia de, pelo menos 20% do total da população ativa).
Mas a burocracia das empresas não gosta deste tipo de atuações e os politicos que decidem têm pouca experiencia de contacto direto com a realidade nas frentes de trabalho.
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