Não confundir divida publica com divida externa.
No caso português, a divida publica, incluindo a divida das empresas publicas (válido a partir de 2011), será da ordem de 115% do PIB e a divida privada da ordem de 130% (inclui a divida de particulares, para comprar carro ou casa, por exemplo, e de empresas privadas) .
Dado que os decisores, gestores e economistas que nos governam, ou que querem que pensemos como eles, põem a tónica na ineficiencia do setor publico e na melhor gestão dos privados, será interessante ver o que se passa nos outros países.
Até porque já não se pode dizer que com as desgraças dos outros se pode bem, porque estamos todos no mesmo barco.
O indicador divida publica não pode ser interpretado como explicando tudo, para mais referido a outro indicador, o PIB, cujo cálculo é por vezes nebuloso.
Mas pode dar uma ideia de como os referidos decisores, gestores e economistas, cedem à tentação de atirar poeira para os olhos dos cidadãos e cidadãs.
Divida publica em % em função do PIB
2000 | 2010 | |
Portugal | 48,5 | 93,3* |
Espanha | 59,3 | 61 |
França | 57,3 | 82,3 |
Bélgica | 107,9 | 96,2 |
Holanda | 53,8 | 62,9 |
UK | 41 | 79,9 |
Irlanda | 37,8 | 94,9 |
Alemanha | 59,7 | 83,2 |
Dinamarca | 52,4 | 43,7 |
Suécia | 53,9 | 39,7 |
Noruega | 30 | 44 |
Finlandia | 43,8 | 48,3 |
Polonia | 36,8 | 54,9 |
Rep.Checa | 18,5 | 37,6 |
Austria | 59,7 | 71,8 |
Italia | 109,2 | 118,4 |
Grecia | 103,4 | 144,8 |
Hungria | 54,9 | 82,3 |
Romenia | 22,5 | 31 |
Bulgaria | 72,5 | 16,3 |
Estonia | 5,1 | 6,7 |
*sem incluir a divida das empresas publicas, do BPN e da Madeira
É interessante notar o decréscimo da dívida acumulada da Dinamarca e da Suécia, e depois comparar com a sua despesa pública em 2010, cerca de 57% no caso da Dinamarca e de 57,2% no caso da Suecia.
(Ver também o peso de outras despesas públicas em:
Parece um comportamento melhor do que o da Alemanha (despesa publica de 46% e divida de 83%, a aumentar) e o da França (despesa pública de 57% e dívida pública de 82%, a aumentar).
Não seria de se fazer como nas empresas, um benchmarking internacional, com os técnicos de economia dinamarqueses e suecos a explicarem como fazem as coisas? (a hipótese deste blogue será, fundamentalmente, porque haverá nesses países menores dificuldades de formulação e de interpretação de enunciados de problemas).
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