Rosalia de Castro, poetisa galega da segunda metade do século XIX.
Denunciou na sua poesia as condições deficientes da organização da comunidade, que obrigavam os galegos a emigrar principalmente para a América de lingua castelhana.
Numa época em que não havia automóveis nem viagens aéreas low-cost.
E no entanto, por razões de código genético, a angustia da separação é a mesma.
Como dizem os italianos, partire é morire un po.
Mesmo que se morra de cada vez que o avião parta.
Todas as formas de expressão são legítimas para comentar o que acontece.
Todas as formas de expressão são legítimas para comentar o que acontece.
Cantar da emigração (Pra Habana)
de Rosalia de Castro
de Rosalia de Castro
Este vaise y aquél vaise,
e todos, todos se van;
Galícia, sin homes quedas
que te poidan traballar,
Tés, en cambio,orfos e orfas
e campos de soledad,
e pais que non teñen fillos
e fillos que non ten pais.
E tés corazóns que sufren
longas ausencias mortás,
viudas de vivos e mortos
que ninguén consolará.
Galícia, sin homes quedas
que te poidan traballar,
Tés, en cambio,orfos e orfas
e campos de soledad,
e pais que non teñen fillos
e fillos que non ten pais.
E tés corazóns que sufren
longas ausencias mortás,
viudas de vivos e mortos
que ninguén consolará.
Este parte, aquele parte
e todos, todos se vão.
Galiza, ficas sem homens
que possam cortar teu pão
e todos, todos se vão.
Galiza, ficas sem homens
que possam cortar teu pão
Tens em troca orfãos e orfãs
e campos de solidão
e mães que não têm filhos
filhos que não têm pais.
e campos de solidão
e mães que não têm filhos
filhos que não têm pais.
Corações que tens e sofrem
longas horas mortais
viúvas de vivos-mortos
que ninguém consolará
longas horas mortais
viúvas de vivos-mortos
que ninguém consolará
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