sábado, 17 de dezembro de 2011
Ryncophorus ferrugineus - o escaravelho bicudo da palmeira
http://www.drapalg.min-agricultura.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=185&Itemid=36
Voltando ao tema, verifica-se que a maior parte das palmeiras à beira do rio, na Expo, entre a marina e o teatro Camões, já estão atacadas.
Impressiona como é fácil a propagação da doença, através do escaravelho, que é um coleóptero com um voo de raio de ação de 5 km, atraído pelos odores da seiva das palmeiras.
São as larvas que, depositadas em buracos nos tecidos mais brandos da coroa da palmeira se vão alimentando através do interior.
Existem 3 ou 4 gerações de larvas por ano.
O Instituto de Agronomia recomenda incinerar as palmeiras depois de aplicar inseticida para tentar evitar que os escaravelhos voem para árvores mais próximas ainda não afetadas.
Mas será solução?
Não será preferível deixar os escaravelhos levarem a colonização das mais gravemente atacadas até ao ponto de insustentabilidade para eles próprios (ponto de vista de Adam Smith, não intervir) , enquanto se protegem preventivamente as árvores ainda não afetadas, sabendo que entre outubro e abril o voo do escaravelho está limitado pelas condições ambientais (ponto de vista do estado social, intervenção preventiva) e se tratam as atacadas?
Como sobreviveram as palmeiras até agora? Terá havido alteração genética, nelas ou no ryncophorus ferrugineus?
Tratamento preventivo: Instalação de armadilhas com feronomas e inseticida para atrair e matar os escaravelhos, interrompendo o ciclo sexual
Tratamento: pulverização com inseticida da coroa da palmeira ou injeção de inseticida na base do tronco; aplicação nos orificios das larvas de adubo e de uma espécie de nematodo que se alimenta das larvas (curioso, é outra espécie de nemátodo que, propagado por outro inseto, o longicórneo, anda a dar cabo dos pinheiros silvestres portugueses).
Assunto aborrecido e sem interesse?
Talvez não, porque se dá o caso de haver uma determinação de 2007 da UE que manda combater a praga para impedir a sua disseminação.
Infelizmente, no nosso país este é o comportamento normal.
Embora há anos que se tenha visto a degradação progressiva das palmeiras, só agora se começa a falar claramente.
Estaremos em mais uma situação em que não vai fazer-se o que diz a determinação comunitária porque "não há dinheiro".
E contudo, há fundos QREN disponíveis para isto, mas exigem um planeamento cuidado, coisa que não está nos hábitos nacionais.
Então o mais provável será uma solução à medida da atual política de austeridade: queimam-se as palmeiras. Alguem dirá, mais ou menos inspirado no senhor ministro da economia e transportes (para salvar as empresas de transportes da falencia, e os empregos de 17.000 (menos alguns) funcionários, vamos ter de despedir alguns desses 17.000 funcionários) que para salvar as palmeiras que for possivel salvar se queimarão as palmeiras que for preciso queimar.
Vamos continuar com um aeroporto que não cumpre as determinações de ruido da UE porque não há dinheiro, nem um plano credível de faseamento da construção de um novo aeroporto conforme com as regras.
É uma pena não se parar um pouco para se pensar, para pôr hipóteses.
Como estas:
- a falta de atenção aos ataques dos parasitas que põem os seus instrumentos de acumulação das mais valias a alimentar-se de organismos indefesos conduz a situações de insustentabilidade desses organismos;
- para além da ausencia de regulação do fenómeno anterior, a falta de adoção de ações baseadas na análise científica das relações de causa e efeito e das circunstancias catalisadoras dos fenómenos conduz ao agravamento do estado sanitário dos organismos
- o tratamento eficaz de uma praga assim não é compativel com uma contenção de custos; teme-se um arranque maciço de árvores e uma diminuição da qualidade de vida e ambiental.
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