quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

I wish I knew, histórias de Xangai


I Wish I Knew (Trailer) from filmswelike on Vimeo.


Confesso que não é um filme atraente.
A própria estética oriental como que afasta o entusiasmo dos espetadores ocidentais.
Mas o simples facto de olhar a realidade sem o deprimente complexo maniqueista de dividir tudo em bom ou mau (numa das primeiras cenas, um cidadão conta como o pai  membro do poartido comunista e secretário da sociedade dos direitos humanos, foi mandado assassinar pelo regime de Chang-Kai Chek, em 1933; outros testemunhos contam os sofrimentos das famílias no tempo da revolução cultural) que tanto afeta a cultura ocidental, e a serenidade com que testemunha as dificuldades e sofrimentos das pessoas enquanto a economia e a urbanização chinesas crescem com pujança, convida a reter este filme como importante.
O filme começa com uma reflexão: "Aqui, nestas ruinas desertas, sinto-me impotente". As ruinas estão desertas porque acabou uma estrutura social e ainda bem. A impotencia é o individualismo perante a força do coletivo. O objetivo da reflexão será com cada um que vê o filme, mas eu diria que poderia ser outro convite, à colaboração estreita com a China.
Para saber porque cresceu desta maneira a economia chinesa, desde 1990, quando era primeiro ministro em Portugal o atual presidente da repúlica.
Dirão os economistas porque o subsolo é rico, porque os cidadãos e cidadãs já tinham uma estrutura educacional forte pronta a absorver as novas possibilidades das tecnologias, e porque o poder central compreendeu que em muitos domínios é mais eficiente a descentralização .
Que bom que seria se a colaboração ocidental permitisse evitar os erros das sociedades ocidentais, nomeadamente o crescimento das desigualdades sociais e a agressão ambiental, enquanto a curva dos rendimentos se mantem longe da zona dos rendimentos decrescentes.
E que a coboração ocidental evitasse os erros de projeto e construção de edificios que caem por deficientes fundações, e comboios de alta velocidade que chocam por incumprimento das normas de segurança do projeto de sinalização e controle ferroviários.
A presença portuguesa em Macau sugere que seria viável ganharmos alguma coisa com isso.
Mas os caminhos que têm sido seguidos parecem ínvios.
Por exemplo, enveredou-se por uma política de privatizações que não tem o apoio de pelo menos 20% de eleitores.
Andam agora uns governantes muito preocupados porque a Three Gorges se dispõem a montar uma fábrica de turbinas em Portugal (que saudades da SEPSA, da SOREFAME e da MAGUE) se, e só se, lhes venderem os 21,5% da EDP.
Repetição da argmentação que deu o BPN ao BIC angolano?
Salvo melhor opinião, os caminhos deveriam ser outros, fora da lógica de privatização "a tout prix".
Isto para não falar da desigualdade de tratamento de me terem obrigado a cumprir as regras dos concursos publicos enquanto o próprio governo as interpreta com liberal amplitude.
Mas como digo, 20% não chega para traçar o rumo.

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