Vestigios do incendio na igreja |
Dezembro de 2011, em Lisboa, na igreja de S.Domingos.
Paradoxalmente, nesta época de cortes na cultura, a EGEAC, empresa de cultura da câmara municipal de Lisboa, ofereceu concertos.
Gloria, de Poulenc, e Te Deum de Bruckner.
Domine, do Gloria de Poulenc:
Poulenc não era homem de grande religiosidade, mas a morte em circunstancias dramáticas de um amigo fê-lo aproximar-se da religião e passou a concentrar-se em musica religiosa.
Está-se assim longe do deus biblico dos exércitos, castigador, que destruia cidades e mandava o seu povo matar os habitantes das cidades inimigas que queria reservar para o povo eleito (episódio de Jericó).
Porque se fosse assim, a morte de quem nos é querido provocaria revolta e não aproximação.
Estamos no dominio da imaginação, e quanto maior é a distancia entre o que se imaginou e o que realmente acontece, ou quanto maior for a inverosimilhança, maior é a adesão do cérebro humano àquilo que se criou.
Te Deum de Bruckner:
A acustica das igrejas é diferente das salas de concerto; tem reverberação, o som não é tão puro; é outra forma de usufruir a musica.
Recordo os professores de musica do liceu, nos anos 50 (engraçado, foi quando foi composto o Gloria de Poulenc) a falar e a pôr no gravador Geloso, de fita, musica de Poulenc e de Bruckner.
No meio da barbárie, continua a fazer-se musica, e as pessoas a acorrerem aos concertos, apesar da orientação do governo de limitar os custos com a cultura.
Para quem gostar, anexo um video do Youtube, gravado em sala de concerto, sem as deficiencias dos dois videozinhos gravados em S.Domingos:
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