terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Concerto de Natal na igreja de S.Domingos


Vestigios do incendio na igreja

Dezembro de 2011, em Lisboa, na igreja de S.Domingos.
Paradoxalmente, nesta época de cortes na cultura, a EGEAC, empresa de cultura da câmara municipal de Lisboa, ofereceu concertos.
Gloria, de Poulenc, e Te Deum de Bruckner.

Domine, do Gloria de Poulenc:




Poulenc não era homem de grande religiosidade, mas a morte em circunstancias dramáticas de um amigo fê-lo aproximar-se da religião e passou a concentrar-se em musica religiosa.
Está-se assim longe do deus biblico dos exércitos, castigador, que destruia cidades e mandava o seu povo matar os habitantes das cidades inimigas que queria reservar para o povo eleito (episódio de Jericó).
Porque se fosse assim, a morte de quem nos é querido provocaria revolta e não aproximação.
Estamos no dominio da imaginação, e quanto maior é a distancia entre o que se imaginou e o que realmente acontece, ou quanto maior for a inverosimilhança, maior é a adesão do cérebro humano àquilo que se criou.

Te Deum de Bruckner:





A acustica das igrejas é diferente das salas de concerto; tem reverberação, o som não é tão puro; é outra forma de usufruir a musica.
Recordo os professores de musica do liceu, nos anos 50 (engraçado, foi quando foi composto o Gloria de Poulenc) a falar e a pôr no gravador Geloso, de fita, musica de Poulenc e de Bruckner.

No meio da barbárie, continua a fazer-se musica, e as pessoas a acorrerem aos concertos, apesar da orientação do governo de limitar os custos com a cultura.

Para quem gostar, anexo um video do Youtube, gravado em sala de concerto, sem as deficiencias dos dois videozinhos gravados em S.Domingos:

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