Leio no DN o comentário de Perez Metelo sobre o plano.
Engraçado como seguiu o mesmo caminho que o meu comentário de dia 7.
Primeiro ao gabar o powerpoint de 7 folhas com as medidas cristalinas.
Depois citando as doutas linhas gerais ("numa primeira fase, reestruturaremos o setor empresarial do estado"..."focar a gestão na contenção dos custos e na atração de novos clientes"... "o mar é um ativo estratégico impar" ... "a reorganização do modelo organizativo" ... "a obtenção de sinergias".
Mas terminando, o comentador, aliviado por os contribuintes se aliviarem da carga dos passivos acumulados, mas fazendo a pergunta assassina: por que bulas será a cegueira facciosa e emproada capaz de anular a noção do ridiculo?
Isto é, é Perez Metelo mais impiedoso do que eu.
De facto, há uma cegueira emproada quando se declara, como o senhor ministro declarou, que se estão a fazer reformas e por isso está a haver gente incomodada.
Quaquer manual de psicologia explica este fenómeno.
É o complexo de Hubris e o princípio antrópico , que sobrevem quando o reformador sente a segurança do poder e subordina a realidade ao que ele próprio quer.
Mas podia poupar-nos a generalidades tão redundantes como aquelas da obtenção das sinergias e da contenção de custos em vez de explicar quais as estratégias para atingir esses objetivos e qual a fundamentação.
Ao fim de um dia do triste espetáculo na comissão parlamentar em que um deputado insiste na pergunta, a que o ministro não responde, por que privilegiam os transportadores privados (caso da Fertagus por exemplo), e porque não se informa melhor, vive-se o receio de que as fusões sejam apenas cortes nos quadros de pessoal e a entrega da operação às Transdev, Arriva e homólogos.
Até já se fala na REFER prestar serviços de manutenção às infra-estruturas do metro e da Carris (será a síndroma do alguém entrou na sala de comando e desatou a carregar em teclas ao acaso?).
Há questões de segurança em causa, e de rapidez de reposição do serviço após perturbações, pese embora o apetite de empresas privadas em prestar serviços de manutenção (deduz-se que a REFER controlaria os concursos para prestação de serviços e não a manutenção), não diga depois que não foi avisado.
Pode ser que eu não esteja a ver bem o problema, mas tenho pena do esforço de muita gente boa que não se revê nestas ameaças.
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