domingo, 16 de outubro de 2011

Sugestões (9) para o plano estratégico de transportes - modo ferroviário urbano - 9: a 2ª estratégia - aproveitar o período de contenção dos investimentos.

Sugestões para o plano estratégico de transportes - modo ferroviário urbano - 9: a 2ª estratégia - aproveitar o período de contenção dos investimentos.
Ponto 3.   debater planos de expansão da rede coordenados com os planos de reurbanização urbana - Critérios para elaboração de planos de expansão 


Devemos desconfiar quando do bolso de alguem sai um plano de expansão da rede de transporte ferroviário urbano.
Mesmo que esse alguém seja ministro.
Sem ter essa pretensão, parecerá que, na situação atual, o mais importante seria começar por debater e aprovar uma estratégia geral de organização do território e depois, de uma forma integrada, deduzir as linhas concretas de expansão da rede de metro (“structure follows strategy”, como dizia Alfred Chandler, o guru que explicou o sucesso dos 4 grandes grupos norte-americanos da primeira metade do século XX).

Para fins de comparação, considere-se o esquema de expansão da rede do ML constante do plano estratégico de transportes do MOPTC de Agosto de 2009 (o qual contem o que considero a inconformidade da linha circular, infelizmente retomada nos planos da câmara municipal de Lisboa; o mal não é a linha ser circular, é o raio do círculo ser muito pequeno e exigir obras onerosas; uma linha circular atravessando o rio Tejo a jusante e a montante de Lisboa até seria uma linha estruturante, ligando a rede do metro do sul à rede do metro de Lisboa) e um esquema de expansão se aplicados os critérios clássicos; pretendo, com esta comparação, que os leitores constituam massa crítica contra o desperdício de dinheiro que será a conexão das linhas verde e amarela no viaduto do Campo Grande .

Repito: não pretendo desenhar redes futuras, apenas dou um exemplo que me parece aceitável (critério normal ou clássico) versus solução linha circular com base em linhas existentes. 
Estas duas soluções são desenvolvidas a partir do conceito original de quais as zonas a servir.          











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Se, da análise estratégica que mencionei atrás, dentro do espírito de que um debate alargado e abrangendo o maior número possível de parâmetros, resultarem outras zonas a ser servidas (structure follows strategy), então serão diferentes as soluções (por exemplo, uma boa estratégia seria projetar um polo aglutinador de habitação, comércio, serviços públicos e privados, oficinas, entre Santos o Novo/Comendadeiras e a Praça Paiva Couceiro), servida pelo prolongamento de Santa Apolónia – corrigindo a deficiência do término – e por uma nova linha em viaduto ligando ao centro-norte da cidade.
Outra definição estratégica poderá ser a ligação à margem sul (caminho mais curto: Santos-Cacilhas); se se quiser dinamizar a integração da margem esquerda no tecido urbano da área metropolitana, não se espere que a ligação ferroviária suburbana da eventual terceira travessia dê essa resposta em termos de capacidade de transporte, porque essa ligação terá de suportar o "shuttle" do novo aeroporto, o serviço suburbano de e para Setubal, serviço de mercadorias, períodos de afetação à manutenção (deixe-se a ligação TGV para exclusivo serviço TGV e respetiva manutenção); é tudo uma questão de dimensionamento das capacidades de oferta (quanto à procura, deseja-se que a economia melhore para que a procura, ligada ao emprego, cresça).

A discussão de questões estratégicas para a expansão da rede do metro beneficiará se forem tidas em conta as recomendações do tribunal de contas, nomeadamente na economia de soluções, como se verá a seguir.




(continua - ver o capítulo seguinte em:
http://fcsseratostenes.blogspot.com/2011/10/sugestoes-10-para-o-plano-estrategico_20.html

ver o capítulo anterior em:

http://fcsseratostenes.blogspot.com/2011/10/sugestoes-8-para-o-plano-estrategico-de.html  )

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