A terceira estratégia que eu proponho é a luta por um operador único na região metropolitana de Lisboa para garantir um planeamento coerente dos vários modos de transporte e a sua compatibilização com os planos municipais.
Claro que proponho público, embora esta natureza corra o risco da atribuição dos lugares decisórios de acordo com os resultados eleitorais e não de acordo com as competências e as qualificações dos técnicos de transportes. Ou, pelo menos, que seja permitido aos operadores públicos tradicionais concorrer, sem benefício dos concorrentes privados (como reestruturações prévias dos operadores públicos esvaziadoras de competências e desfalcando-os de técnicos experientes, por exemplo).
Porque, apesar de tudo, a natureza de operador público permite um controle mais apertado dos atos de gestão e de investimento pelas instâncias públicas. Trata-se de uma questão estratégica por envolver questões de consumo de energia, de controle ambiental, de urbanismo, de gestão de território e de equipamento social e industrial.
Porque, apesar de tudo, a natureza de operador público permite um controle mais apertado dos atos de gestão e de investimento pelas instâncias públicas. Trata-se de uma questão estratégica por envolver questões de consumo de energia, de controle ambiental, de urbanismo, de gestão de território e de equipamento social e industrial.
Veja-se o que se passa em Madrid, em Barcelona, em Milão, em Paris, em Bruxelas, e até em Londres, onde faliu um dos 3 grupos de prestação de serviços concessionados pela política cegamente privatizadora de Tatcher (digo cegamente porque originou, devido a cortes orçamentais na formação e na manutenção, vários acidentes nos transportes ferroviários de Inglaterra).
Seria conveniente que em Portugal não se imitasse Tatcher a pretexto de poupar com a fusão de empresas e o despedimento de funcionários. Houve acidentes, e quanto aos benefícios económicos, recordam-se quando os autocarros da Barraqueiro circularam com cartazes a dizer: "sem subsídios não há serviço social?".
Seria conveniente que em Portugal não se imitasse Tatcher a pretexto de poupar com a fusão de empresas e o despedimento de funcionários. Houve acidentes, e quanto aos benefícios económicos, recordam-se quando os autocarros da Barraqueiro circularam com cartazes a dizer: "sem subsídios não há serviço social?".
Naquelas cidades existe um operador principal de capitais públicos, sem prejuízo da existência de empresas privadas que não podem substituir-se ao controle estratégico da área metropolitana.
Já é difícil, quando existe, como existe, descoordenação ao nível da política de urbanismo das várias câmaras (seria portanto admissível que uma das estratégias do ML fosse promover a fusão de municípios na área metropolitana de Lisboa).
Não vale a pena perder tempo e energias a discutir as quotas de repartição de receitas dos passes.
Não vale a pena perder tempo e energias a discutir que operador fica com uma parte do nó de Alcântara e que operador fica com a outra parte (nota: o nó ferroviário de Alcântara, já integrado no plano de urbanização de Alcântara em discussão pública, contem soluções dispendiosas por prever uma estação suburbana e uma estação de metro num subsolo de aluvião e aterro e numa zona de risco de inundações, sem privilegiar o carater urbano do modo metro e sem prever a estação do ML em viaduto, até por razões de economia energética, atendendo ao elevado gradiante entre Alcântara e Rato; salva-se no entanto a ideia do viaduto para o metro, ligando Campo de Ourique/Prazeres ao Alvito, com hipótese de prolongamento a Algés tanto quanto possível à superfície).
Um operador principal dispensaria todos esses exercícios, além de que os custos de administração desse operador principal, após o período de transição (espera-se que se respeitem os direitos dos funcionários nesse período) serão, com a condição de se aumentar a produção, isto é, a quota de deslocações diárias a cargo dos transportes ferroviários, muito menores do que a soma dos custos dos operadores existentes.
(continua - ver o capítulo seguinte em:
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