segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Questões de moral e serviço público

E se os leitores tivessem paciencia para ouvir este programa da Antena 2 (isso do serviço público) sobre o pragmatismo e a economia politica dos nossos neo-liberais dias?
Uma reflexão filosófica com musica de ópera como fundo, com notícias interessantes sobre a Islandia, por exemplo, pouco noticiadas no mundo ocidental:
http://www.rtp.pt/play/index.php?prog=1091#/?prog%253D1091%2526idpod%253D205137%2526fbtitle%253DRTP%20Play%20-%20Quest%C3%B5es%20de%20Moral%2526fbimg%253Dhttp%253A%252F%252Fimg0.rtp.pt%252FEPG%252Fimgth%252FphpThumb.php%253Fsrc%253D%252FEPG%252Fradio%252Fimagens%252F1091_1091_questoesmoral.jpg%2526w%253D160%2526h%253D120%2526fburl%253Dhttp%253A%252F%252Fwww.rtp.pt%252Fplay%252F%253Fprog%253D1091%2526idpod%253D205137

E se os pragmáticos gestores que nos governam ouvissem, pudicamente se escandalizassem  e pragmaticamente extinguissem o serviço público, ou o que entendemos por isso, como adiante se verá o que é?

Nada que nos surpreendesse, não era?
Pelo que o senhor ministro de assuntos  diz, não admirará que o serviço público que a rádio e televisão públicas atualmente presta, ou ainda presta, se vá extinguindo como o frango de cabidela a ser sangrado.

Veja-se o DN de hoje, 3 de outubro de 2011:
1 - O comentador televisivo Nuno Azinheira cita um estudo-sondagem que conclui que a maior parte dos portugueses defende um serviço público de televisão com noticiários (livres de ingerencia governamental e de grupos económicos), documentários, filmes, entrevistas, magazines culturais e históricos.
Mas depois as medidas de audiencia dão a preferencia aos reality shows, às novelas, aos concursos e anedotários primários.
Como dizia uma senhora figurante num reality show, sabemos que não é cultural, mas é disto que gostamos.
O que põe um problema interessante, semelhante ao político que diz uma coisa e faz outra: deverá operacionalizar-se o que o eleitorado considera melhor ou aquilo de que o eleitorado gosta? (o eleitorado vota com o coração ou com a cabeça?).
Problema que já teve solução no passado, no tempo em que foi atingida a autonomia alimentar do país,  e que não parecia errada.
Por que é agora errada, quando  o país perdeu a autonomia alimentar? Por não dar lucro?
Os programas culturais da RDP e da RTP satisfizeram as pessoas durante muitos anos.
Agora não, porque existem canais privados e entretenimento de nível primário?
Ai que não há confiança nenhuma no senhor ministro de assuntos para dar a resposta correta.
2 - Um artigo de opinião chama a atenção para o fim da onda curta. O governo anterior suspendeu as emissões de onda curta e pediu uma avaliação. Um dos administradores explicou sobranceiramente que tecnologicamente a onda curta está ultrapassada e que poucas pessoas a ouviam. Com o iphone e os androids, podem ouvir-se as noticias longe do país.
É verdade, mas não seria melhor esperar que desapareçam as pessoas que se habituaram ao radiozinho de ondas curtas e que não querem gastar dinheiro em tablets e androids?
Como de costume, tomam-se decisões sem apresentar os estudos fundamentadores das decisões.
Serão assim tão poucos os que prefeririam ouvir as noticias no radiozinho de onda curta?
Ah, sim, poupa-se o dinheiro de manter o emissor de Pegões no ar.
O país interior desertifica e apaga-se como a emissão em onda curta.
E lá vem o senhor ministro de assuntos retomar o argumento provinciano e novo rico: com estas novas tecnologias, a onda curta está obsoleta (e contudo, continuam a fabricar-se os componentes).
Como certamente este blogue, obsoleto.

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