domingo, 2 de outubro de 2011

Nunca se consegue destruir tudo

Retomando o tema referido no texto sobre as ruinas de Bobadela, junto de Oliveira do Hospital, veja-se esta fotografia de um Buda recuperado, no museu de Cabul, Afeganistão, com a devida vénia ao DN.


A estátua é anterior ao século VI DC e escapou à furia destruidora do que os fundamentalistas islâmicos consideraram idolos.
Há sempre alguma coisa que fica, por maior que seja a ganancia e a vontade de destruir.
Não falo para os condenar.
Faz parte dos defeitos do cérebro construir uma abstração como realidade diferente da realidade; a culpa não é dos fundamentalistas, que são vitimas dessa capacidade do cérebro (vítimas eles e as suas vítimas, infelizmente).

Ou como dizem os economistas, a capacidade de construir modelos que simulam a realidade e o comportamento das suas variáveis, mas que são abstrações e, como tal, correm o risco de as mais das vezes os modelos se afastarem da realidade à medida que vão sendo construidos para a simularem e se aproximarem dela.
E isso faz vítimas, infelizmente, dos fundamentalistas da economia politica, por exemplo.

Citando Paul Krugmann, prémio Nobel, a propósito da necessidade de politicas para gerar emprego: "A fada da confiança na economia nunca existiu. Quando os liberais cortam nos professores, na despesa, em pontes, em projetos, e têm fé que a fada da confiança apareça, isso é um erro crasso"... "os dirigentes europeus não parecem estar preparados para reconhecerem uma verdade crucial: as tentativas de resgate fracassarão se não forem adotadas politicas fiscais e monetárias expansionistas nas economias europeias mais fortes" ... "é um erro continuar a exigir austeridade fiscal rígida aos devedores com problemas, especialmente cortes acentuados nos gastos públicos ... porque não será por isso que os investidores privados sentirão confiança".

Esperemos que fique alguma coisa da destruição dos fundamentalistas.

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