Sugestões para o plano estratégico - modo ferroviário urbano
2 - a 1ª estratégia: aumentar a taxa de ocupação e a eficiência, transferindo passageiros do transporte individual para o metro. Ponto 1 - aumento da taxa de ocupação e da procura pelos passageiros
2 - a 1ª estratégia: aumentar a taxa de ocupação e a eficiência, transferindo passageiros do transporte individual para o metro. Ponto 1 - aumento da taxa de ocupação e da procura pelos passageiros
Como melhorar a taxa de ocupação e a eficiência ?
Outros se lembrarão, de maior e mais influente audiência do que eu, de melhores soluções ou de mais fácil ou económica operacionalização, mas devo prevenir desde já contra a facilidade de reduzir a oferta porque isso será estimular o arrefecimento da economia (ou então a contribuição das empresas para o produto útil e transacionável dos seus passageiros é uma palavra vã).
Ponto 1 – consegue-se o aumento da taxa de ocupação e da procura pelos passageiros, se:
1.1 - a atividade económica for estimulada através da criação de mais empregos na zona urbana de Lisboa;
1.2 - se estimular a habitação em Lisboa;
1.3 -se transferirem deslocações na zona urbana de Lisboa do transporte individual para o metropolitano
1.4 – se limitarem , por razões ambientais, as deslocações de autocarros movidos por combustíveis fósseis, no interior da cidade
Poderá a nossa tendência para viver em redomas e compartimentos estanques levar-nos a dizer que nenhum de nós tem nada que ver com isto.
Mas insisto que temos que ver com isso, que tem a ver com a sustentabilidade das remunerações de quem trabalha nas empresas de transporte.
Ponto 1.1 – a criação de empregos é um direito consignado na Declaração Universal dos Direitos Humanos e compete-nos a nós, como cidadãos e cidadãs, reivindicá-la; por razões económicas, os empregos têm de ser produtivos, isto é, úteis e, só serão possíveis se houver investimento bem direcionado; investimentos bem direcionados só serão possíveis se forem objeto de debate democrático.
No caso do metropolitano de Lisboa, por exemplo, é um direito que os trabalhadores do Metro reivindiquem boas condições remunerativas e de trabalho, mas é essencial que as condições remunerativas e de trabalho dos seus passageiros sirvam de termo de comparação; isto é, que se estabeleçam laços entre os trabalhadores do metro e os que são por ele transportados para os seus lugares de trabalho sem desigualdades.
E não basta que haja coerência entre os trabalhadores do metro e os seus passageiros; é necessário que aqueles que não são passageiros por não terem emprego o passem a ser, para que as receitas do metro subam;
Ponto 1.2 – é uma evidência. As casas em Lisboa vão-se degradando e estão cada vez mais em estado não habitável; os habitantes que deixam a cidade, ou que morrem, não são substituídos.
Isto não devia poder ser.
A cidade esvaziou-se e espalhou-se pela periferia da área metropolitana em dispersão como se fosse uma nova Los Angeles, em que o modo de transporte dominante é o automóvel, criando-se a ilusão de que isso era o progresso e o bem-estar.
Os grupos da construção civil agradeceram e os burocratas de Bruxelas financiaram, ou induziram os bancos privados a financiar.
É necessário que os órgãos dirigentes das empresas de transporte, metropolitano incluido, e todos os seus trabalhadores, criem projetos próprios e participem nas ações de dinamização da reurbanização da cidade e da área metropolitana de Lisboa.
Por exemplo, patrocínio, com técnicos próprios ou com estagiários em fase de formação, de estudos de reurbanização e de reabilitação habitacional de áreas e bairros na envolvente e centrados nas estações de metro (função estruturante das redes de metropolitano), prevendo estacionamento automóvel, emparcelamento de edifícios degradados para recuperação, definição das quotas habitação-comércio-serviços-oficinas (não pode haver cidades saudáveis sem que nas suas ruas existam marcenarias, serralharias, reparadoras de automóveis, estâncias de materiais de construção, etc.).
Por exemplo, patrocínio, com técnicos próprios ou com estagiários em fase de formação, de estudos de reurbanização e de reabilitação habitacional de áreas e bairros na envolvente e centrados nas estações de metro (função estruturante das redes de metropolitano), prevendo estacionamento automóvel, emparcelamento de edifícios degradados para recuperação, definição das quotas habitação-comércio-serviços-oficinas (não pode haver cidades saudáveis sem que nas suas ruas existam marcenarias, serralharias, reparadoras de automóveis, estâncias de materiais de construção, etc.).
A preocupação com o aumento da população não é apenas para justificar a existência do metro e dos seus planos de expansão.
É também um objetivo estratégico nacional termos a capital numa área metropolitana densificada porque a média por habitante de emissões de gases com efeito de estufa é menor nas concentrações populacionais urbanas.
Ainda aqui o metro teria interesse em colaborar em políticas de desincentivação da fixação dos jovens nas zonas suburbanas, controlando os preços de reabilitação da habitação no centro e fazendo as tarifas do metropolitano e outros transportes coletivos de penetração no centro seguir de perto as subidas dos preços de combustíveis de modo a tornar mais atrativa a fixação na cidade (neste aspeto o carater "social" do passe mensal é ilusório, uma vez que está a subsidiar por igual, em termos absolutos, o passageiro com rendimentos elevados e o passageiro com baixos rendimentos).
Ponto 1.3 – É aqui que entra a necessidade das empresas como o metropolitano patrocinarem uma fiscalização rigorosa do estacionamento na cidade e do rigoroso cumprimento dos limites de velocidade (se não quiserem atender ao argumento da transferência do automóvel para o metro, ao menos que se cumpram os limites para diminuir o número de vítimas mortais por atropelamento); não é aceitável numa cidade civilizada que os automóveis estejam estacionados em cima de passeios, inviabilizando a circulação dos peões, com particular gravidade no caso de cegos e das cadeiras de rodas; igualmente não é aceitável que a cultura dos apressados se correlacione fortemente com um elevado número de atropelamentos mortais, muitos deles em passadeiras, que são cruzadas pelos automóveis sem abrandamento à sua aproximação, como diz o código da estrada) paralelamente poderá o metropolitano colaborar no planeamento de silo-autos e parques de estacionamento junto de estações de metro e mesmo em alguns bairros (curioso, facilitar o estacionamento dentro da cidade torna-a mais atrativa, mesmo que depois se utilize pouco o automóvel, ou talvez “et pour cause”); como segunda e terceira fases para a transferência de quota do transporte individual para o metro teremos as portagens à entrada do município e a cativação de uma parte do imposto sobre os combustíveis consumidos na área metropolitana e entregues como receita ao metropolitano;
Todas estas medidas terão de ser coordenadas com os municípios, a área metropolitana de transportes, o governo, os outros transportadores e operadores afins, sendo certo que neste domínio não será exigível ao metropolitano que faça aqui investimentos, para além da colaboração e apoio nos estudos; essa obrigação competirá aos outros parceiros.
Acresce que toda a rede de transportes de uma área metropolitana, município central e cidades suburbanas, deverá ser parcialmente financiada, não só por taxas sobre o combustível, mas também por taxas sobre a construção e os imóveis (fundamento: a existencia de uma rede de transporte rápido constitui uma mais valia para os imóveis; este tipo de taxas foi aplicada por exemplo sobre as licenças de construção na margem sul quando da construção da primeira ponte sobre o Tejo e também da ponte Vasco da Gama)
Acresce que toda a rede de transportes de uma área metropolitana, município central e cidades suburbanas, deverá ser parcialmente financiada, não só por taxas sobre o combustível, mas também por taxas sobre a construção e os imóveis (fundamento: a existencia de uma rede de transporte rápido constitui uma mais valia para os imóveis; este tipo de taxas foi aplicada por exemplo sobre as licenças de construção na margem sul quando da construção da primeira ponte sobre o Tejo e também da ponte Vasco da Gama)
Em resumo, para transferir quota do modo de transporte individual para o metro:
· Fiscalização rigorosa do estacionamento indevido e do cumprimento dos limites de velocidade
· Portagens nos limites do município
· Taxa sobre o consumo de combustível
· Elaboração de projetos de reurbanização/reabilitação de bairros na área de influência de cada estação de metro, incluindo a construção de auto-silos
Ponto 1.4 - Não se pretende eliminar a concorrência, antes se deseja uma gestão integrada dos modos de transporte, numa ótica de otimização dos consumos e de redução das emissões de gases co efeito de estufa. Por isso, não é aceitável que os autocarros urbanos continuem a poluir a cidade, e a constituir um risco de acidentes. Como se sabe, a poluição diminui se se reduzir a velocidade (mesmo com corredores “bus” a capacidade de transporte não é comparável ao modo metro, e para menores capacidades temos o elétrico e o metro ligeiro em viaduto). A poluição e as emissões de CO2 resultam não só da queima de combustíveis fósseis nos motores dos autocarros e dos automóveis, mas também por o contacto das rodas de borracha com o asfalto, por ter um coeficiente de atrito superior ao do contacto roda-carril de aço, requerer mais energia para o arranque e para a deriva. Por isso se recomenda aqui a contenção da circulação de autocarros para aumento da taxa de ocupação no modo metro.
(continua - ver o capítulo seguinte em:
ver o capítulo anterior em:
(continua - ver o capítulo seguinte em:
Sem comentários:
Enviar um comentário