Ocorre-me o comentário de Fernando Peça, "e esta, hein?"
Primeiro , a notícia de que o G20, a reunir em Cannes, terra também de cinema, vai estudar medidas de limitação da influência dos bancos para evitar falências de bancos que tenham de ser pagas pelos contribuintes. Quem diria? será que os políticos, tão acusados de serem os mandados do poder financeiro, tentam explicar aos mandantes que a ganância tem de ser moderada sob pena de extinguir a fonte de rendimentos? Como a dialética é exuberante...
Depois, vem a notícia de que os presidentes do Conselho e da Comissão europeus enviaram uma carta ao G20 a pedir apoio económico para a saída da crise da Europa, para relançamento do crescimento e do emprego.
Que extraordinário, também , especialmente depois de, em campanhas eleitorais apaixonadas, os vencedores terem garantido que a culpa era dos assalariados gregos e portugueses, e dos governos que tinham aumentado as despesas públicas.
Afinal havia outra, como diz a canção, havia outra razão.
Talvez por isso o senhor primeiro ministro português anda tão pessimista quanto à necessidade de mais medidas de austeridade.
Os bancos europeus descontrolaram-se com a política de empréstimos e foram os trabalhadores por conta de outrem os responsáveis, por isso a pagarão.
Talvez rever os fatores do PIB; avaliar a sua contribuição para o PIB e selecionar os que realmente interessam. Poderemos não ter crescimento, mas apenas o PIB que interessa ao bem estar essencial das populações.
A alternativa é andarmos sempre com as ilusões do crescimento, como a imagem do horizonte que é a linha que se afasta de nós à medida que nos aproximamos dela (duvido que seja possível uma política de emprego com a política monetária seguida pela UE até agora), à espera da retoma da acumulação de capital, e da próxima crise.
Aguardemos a reunião do G20.
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